Informação sobre erisipela, causas, sintomas, diagnóstico e tratamento da erisipela, assim como formas de melhorar os sintomas desta doença.


Etilogia da linfangite

As linfangites podem ser classificadas como primárias, quando o fator causal não é identificado, e secundárias, quando correlacionamos o quadro clínico a um agente causal identificável.

Os agentes causais podem ser físicos, químicos ou de natureza biológica, além de envolvimento de linfáticos por infiltração neoplásica ou em doenças do tecido conjuntivo de caráter auto-imune.
Os agentes físicos compreendem diferentes graus de traumas da pele e dos tecidos, incisões cirúrgicas e diferentes tipos de queimaduras (calor, frio, corrente elétrica, irradiação, ondas curtas, ultra-som, laser).
Os agentes químicos podem atuar por contato direto, injeções e/ou infiltrações, como as linfangites por silício, alumínio e ferro no contato com barro vermelho de origem vulcânica, organofosforados em lavouras, injeções de drogas irritantes no subcutâneo (imunossupressores, quimioterápicos, glicose hipertônica, PPD, drogas de uso ilícito, venenos, contraste iodado).
Os agentes biológicos bacterianos, fúngicos, virais e parasitários constituem a principal causa das linfangites, tanto superficiais quanto profundas. Os bacterianos Gram-positivos são os mais comuns na pele, sendo o Staphylococcus aureus e os Streptococcus do tipo beta hemolítico do grupo A os mais encontrados, podendo se apresentar com linfangite nodular ao longo do trajeto linfático, como nódulos subcutâneos. Os germes Gram-negativos são menos freqüentes e o quadro da linfangite pode ser mascarado pelas manifestações específicas no tecido alvo da bactéria, como o Bacilus anthracis, Neisseria gonorrhoeae, Treponema pallidum, Haemophilus ducreyi, Rickettsia sibirica mongolotimonae e heilongjiangensis, Salmonella typhi, Pasteurella tularensis, Francisella tularensis, Mycobacterium tuberculosis e marinum, Haemophilus influenzae, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Clostridium sp., Klebsiella sp., Corynebacterium sp., Diplococcus pneumoniae, Chlamydia trachomidae, Bartonella (Rochalimaea) henselae. Os fungos Sporothrix Schenckii e Nocardia brasiliensis se apresentam como linfangite nodular após inoculação cutânea por pequenos traumas, além de Cryptococcus neoformans, Paracoccidioides brasiliens, Histoplasma deboisii e a Cândida albicans, comum em cavidades e regiões úmidas da pele. Helmintos como a Wuchereria bancrofti (90% dos casos de filariose), Brugia malayi e timori podem levar a linfangite crônica não-granulomatosa em zonas endêmicas. No Brasil destaca-se a Leishmania braziliensis, cuja lesão no tegumento leva a diferentes graus de linfangite. O Toxoplasma gondii também acomete gânglios, com mais frequencia da região cervical. Alguns vírus podem causar linfangites, sendo citados o Parvovirus B19, Herpesvirus simplex, vírus do ORF e Citomegalovirus, este associado à síndrome de imunodeficiência adquirida.